segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Como era minha vida? (1)

Meu primeiro contato com a Bíblia foi quando iniciei meus estudos para concurso público em agosto de 2012, faz 4 anos. Estudar para concursos é difícil, a gente deixa de ter uma vida normal, se tranca no quarto e só estuda. Eu era uma pessoa agitada, inquieta, gostava de contato com pessoas e os lugares que trabalhei eram bem dinâmicos, então ter que de repente ficar só em casa foi complicado. Precisei mudar meus hábitos, então fui procurando sobre dicas de como estudar melhor, me concentrar e ter disciplina. Nessa busca, encontrei um vídeo do William Douglas.


Gostei dessa palestra e percebi que ele era evangélico, mas não me importei. Comprei os livros dele e teve um que me ajudou muito, era um livro pequeno com versículos e com temas que se associavam. Então por exemplo, se eu estava desanimada com meu estudo, eu lia o item ''desanimado'' e os versículos que estavam lá me ajudavam a não ficar mais desanimada; se eu estava cansada, lia os versículos que o livro tinha sobre isso, e eu recuperava minhas forças para estudar mais um pouquinho. Eu percebia mudanças no meu dia quando fazia isso, então achei interessante, gostava muito de ler, porém não tinha vontade nenhuma de frequentar uma igreja nem para comprar uma Bíblia. Esse livro, na verdade, continha pra mim apenas palavras de sabedoria e que me faziam bem, era uma válvula de escape pra eu relaxar, só isso. 


Depois, comecei a perceber que o dono do meu cursinho era evangélico também, tinha um jeito diferente, mas pelo comportamento dele eu vi que tinha algo de Deus ali. Nessa fase, eu relacionava Deus com sorte e proteção, então quando reprovava numa prova, eu dizia ''Deus tem algo melhor pra mim, não foi da vontade Dele eu passar'' ou quando ia fazer um exame dizia ''Deus me ajude, me proteja, seja feita Tua vontade, me acalma, faz eu lembrar da matéria''. 


O tempo passou e na metade de 2013 meu pai voltou a ficar com câncer, não tinha passado em nenhum concurso ainda, estava triste com minha vida sentimental, pois minhas amigas estavam se casando, tendo filhos e eu nada, e comecei a ser atacada por espíritos enquanto dormia.


Como minha mãe era espírita kardecista e esotérica, fui educada dessa forma, mas nada disso fazia sentido pra mim, até eu sofrer com esses espíritos. Meu pai foi buscar a cura do câncer no centro espírita e eu fui junto para poder dormir melhor. Se eu tinha problema espiritual, onde eu iria resolver? Em centro espírita, não é? Essa foi a educação que recebi e nunca passou pela minha cabeça ir numa igreja, pra mim não tinha relação nenhuma uma coisa com a outra, nenhuma. Por exemplo, nunca tinha ouvido falar de libertação, o que eu sabia era que os evangélicos odiavam os espíritas e diziam que eram demônios, só isso, ou seja, não ajudou em nada. 


Quando os espíritos me atacavam, eu não conseguia me mexer, não conseguia gritar, não conseguia bater na parede pra pedir ajuda, era horrível. Depois começou a acontecer outras coisas: eu berrava a noite e não lembrava de nada, aí quando eu ficava consciente meus pais estavam no quarto e eu não entendia nada. Passei a ter visões, não eram vultos, mas sim detalhes e em cor: via cachorro, cavalo, pessoas, crianças, meu chinelo mudava de lugar, um bebê com roupa e laçinho deitava do meu lado, vi uma cena de acidente, vi uma mão flutuando, e eu berrava, não tinha controle do meu berro, sabia que tinha gritado porque a garganta doía, eu tremia e meus pais acordavam. Depois teve um dia que vi pontos de luz azul (tipo desenho animado com fadas), ouvi vozes bem doces parecia de uma senhora como se tivesse alguém massageando minha cabeça, uma noite teve um vendaval no meu quarto, quando acabou ouvi uma voz ''está vindo de novo'' e novamente começou um vendaval, parecia não acabar nunca, e teve uma vez que ao redor da minha cama tinha espíritos vestindo uma capa preta com capuz, parecia ser uns 10, mas quando contei no Centro falaram que eram 12, os doze apóstolos, me forçando a educar a mediunidade. Eu pulava da minha cama e acendia a luz quando conseguia ou abria a porta correndo e ficava no corredor tremendo. Ninguém em casa entendia nada, não sabiam o que fazer. Quando eu contava isso no centro espírita, eles diziam novamente que eu tinha mediunidade e precisava educá-la. Essas experiências que eu tinha eles diziam que era um dom especial com espíritos evoluídos da natureza, que não era pra qualquer um. Eu pensava: ''grandes coisa...o que que eu quero saber disso?! não para de piorar os ataques''. Eu chorava por tudo, estava tudo ruim comigo, eu era sensível demais e me sentia oprimida em qualquer ambiente, era influenciada pelo mundo espiritual e não tinha defesa nenhuma.


Sobre a parte sentimental, procurei no google assim ''existe pessoa certa?'' e achei esse vídeo da Terapia do Amor.




Gostei dele, achei diferente e fiquei curiosa para saber mais. Devorei os vídeos e eles não falavam de Deus, porém tinha algo peculiar e desconfiei que eram evangélicos, mas tudo bem, não tinha problema pra mim, não achei algo chato, na verdade eles faziam eu pensar. Pela primeira vez comecei a ver mudanças em mim. Eu parecia curada, limpa, comecei a gostar de mim e a me valorizar, vi que eu poderia ser diferente, eu queria isso, queria ser outra pessoa. Esses ensinamentos realmente fizeram a diferença e não tinham nada a ver com revista feminina, nem com nada que eu tinha ouvido, visto e aprendido até então. Descobri que o Renato e a Cristiane tinham blogs, então li os blog, depois descobri os livros e eu fui me identificando. Tudo o que eu busquei pra mim a vida toda eu estava encontrando no material deles. Meu primeiro livro foi ''Mulher V'' e eu desejava ser aquela mulher, era uma alegria ver aquele perfil e saber que eu poderia ser assim também. Depois fui fuçando na internet e descobri vários livros evangélicos sobre relacionamento, comportamento feminino e encontrei muitos vídeos, muito material, nossa, fiquei muito feliz. 


Pro concurso, eu precisava de palavras de motivação para eu continuar perseverando e não desistir, então os blogs cristãos me ajudaram nisso também, mas eu lembro que era difícil, faltava forças...


Essa busca intensa durou 6 meses e quando chegou janeiro meu pai faleceu.


Continua aqui Parte 2




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